Defasagem de profissionais no INSS
O diretor de gestão de pessoas do INSS, José Nunes Filho, apontou que o órgão tem, em média, uma carência de 1.800 servidores. Já o diretor de organização da CNTSS (Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social), Raimundo Cintra, e o diretor da Condsef (Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal), Rogério Expedito, dizem que o número pode chegar a 18.000, se acrescentados os funcionários que estão prestes a ser aposentar.
Em nota publicada em seu site, a Associação Nacional de Proteção e Apoio aos Concursos (Anpac) ressaltou a importância do instituto para a população e a necessidade de ser realizado oconcurso público. “O INSS merece atenção especial, em função de sua importância social para a população, visto que apresenta déficit superior a 10.000 servidores em todo o país”.
Por conta da defasagem de empregados, o vice-presidente executivo da Anasps (Associação Nacional dos Servidores da Previdência e da Seguridade Social), Paulo César Regis de Souza, havia comentado, durante entrevista ao JC, que isso traz consequências no atendimento à população. “Muitas agências novas funcionam precariamente com um ou dois servidores, comprometendo o projeto de criação de 720 agências nos municípios com mais de 20.000 habitantes, prometido há quase seis anos. Destas, apenas 50% foram inauguradas, pois o Governo nega recursos para a implantação das agências e servidores”, explicou.
Histórico do pedido do concurso
No mês de fevereiro de 2014, o INSS solicitou ao Planejamento a abertura de um concurso com 3.080 oportunidades, sendo 2.000 para técnico e 1.080 para analista, pois o último certame para estes cargos venceria em abril.
Já em 1° de abril do mesmo ano, durante reunião com alguns parlamentares a então ministra do Planejamento, Miriam Belchior (hoje substituída por Nelson Barbosa), tinha anunciado que autorizaria 1.500 vagas para técnico em junho. Entretanto, isso não ocorreu e, durante este ano, diversos parlamentares participaram de outros encontros com a ministra, que não se pronunciou sobre o assunto.
Depois, o INSS encaminhou um novo pedido ao MPOG e, desta vez, para 2.000 postos detécnico. 1.150 de perito e 1.580 de analista, somando, no total, 4.730 chances.
A solicitação tramitou por diversos setores do Planejamento, mas, como noticiado em 8 de dezembro pelo JC, no dia 28 de novembro retornou ao Ministério da Previdência Social. Na ocasião, o Ministério do Planejamento não divulgou o motivo exato, entretanto, informou que, normalmente, isso ocorre para que o órgão faça alguns reajustes na solicitação e reencaminhe novamente ao MPOG. Por meio de nota, a assessoria de comunicação do INSS disse isso ocorreu porque o órgão havia encaminhado, juntamente com o pedido de concurso, uma proposta de alteração da estrutura regimental e o MPOG solicitou que este documento passasse por algumas alterações.
Preparação para o concurso do INSS 2015
Por conta das remunerações, estabilidade empregatícia e diversas oportunidades espalhadas por todos os Estados, os concursos do INSS estão entre os mais disputados no país – em 2012, na seleção para técnico, 904.459 pessoas disputaram a carreira de nível médio. Como a concorrência é grande, mesmo sem ter sido liberada a autorização para o lançamento do edital, muitos concursandos já iniciaram os estudos e outros estão prestes a dar início à preparação.
A fisioterapeuta e aluna do site Agora Eu Passo, Christiane Cardoso, disse: “como ainda não háautorização, posso me preparar com antecedência”. Christiane ainda falou que divide os estudos entre teoria e questões; primeiro, ela assiste às aulas e, depois, resolve algumas questões para fortificar o conteúdo estudado.
Para a também estudante do portal Agora Eu Passo, Erika Pacheco, ingressar no INSS será a chance de ter uma rotina de trabalho com horários regulares. “Estou me dividindo por matérias e estudando, diariamente, em média três horas cada matéria. Por dia, consigo estudar duas matérias”.
O técnico do seguro social Leonardo Cazeloto – que tomou posse do cargo no último mês de junho na agência de José Bonifácio, em São Paulo –, comentou que os interessados em conquistar uma vaga no INSS devem priorizar os estudos no direito previdenciário, sempre focando em situações práticas. “Quase todas as questões de direito previdenciário tratam de hipóteses de casos que o candidato muito provavelmente vai se deparar se for nomeado. Além disso, também é preciso analisar as provas anteriores”.
De acordo com o professor do curso CEJ, Gabriel Quintanilha, “iniciar os estudos antes da publicação do edital gera uma vantagem competitiva muito grande para o candidato, uma vez que a disputa pelas vagas é bastante acirrada. Em concurso público, não passa o mais inteligente, e sim o mais bem preparado”.
O professor ainda apontou que as disciplinas que constam nas provas das seleções do INSSquase sempre repetidas às anteriores. Além disso, ele afirmou que, no geral, o assunto principal é o da legislação do direito previdenciário.
8 motivos para trabalhar no INSS
1 – Serviço em expansão: a meta do INSS é ampliar a rede de 1.530 para 1.830 agências. Estima-se que para cada unidade sejam necessários cinco novos servidores;
2 – Escolaridade e salário: o cargo de nível médio tem remuneração de R$ 5.016,87, contando os benefícios;
3 – Estabilidade empregatícia: o regime de contratação é estatutário, o que garante a estabilidade de emprego;
4 – Muitas convocações: no último concurso, realizado em 2012,para 1.500 vagas de técnico e 375 de perito médico, foram feitas 5.020 convocações (a seleção contou com 6.881 aprovados);
5 – Carreira: ser servidor público pode ser uma forma de ajudar o país, independentemente da área de atuação;
6 – Experiência profissional: não é necessário experiência ou preparação de currículo. A contratação é feita por meio do mérito acadêmico;
7 – Crescimento: Desenvolvimento na carreira por meio de progressão e promoção;
8 – Lotação: Os candidatos poderão ser lotados em qualquer uma das unidades regionais para as quais concorrem, havendo possibilidade de, posteriormente, optar por trabalhar em outros Estados.